Para além dos ovos de páscoa

Mais uma páscoa chegou e o que mais vi nesse dia foram ovos e coelhos. Claro que diferente de outras páscoas, essa foi um tanto quanto parada. Em outras páscoas que eu passei, parecia me que eram mais badaladas. Acho que por causa da sensação de crise, a páscoa de 2016 ficou apagada. O que mais vi foram as manifestações de Fora Dilma e Fora PT. Enfim, mesmo assim, é páscoa.

Já há um tempo que tem me provocado o fato de que em todas as festas cristãs o real e primeiro significado é trocado por outro totalmente “nada a ver” à real festa. Não consigo entender como damos mais atenção a um velho gordo de roupa vermelha do que ao nascimento de Cristo. Digo isso a cristãos, não aos que professam outra religião ou não professam nenhuma. A páscoa também. Damos mais atenção a um coelho que traz ovos de chocolate do que a uma páscoa judaica ou a ceia cristã.

A pascoa é a principal festa para os judeus que celebra a libertação desse povo quando escravizados no Egito. Tem a figura de Moisés como o grande libertador e todo ano é lembrada. A páscoa faz parte das 7 festas distribuídas no ano dos judeus e traz o significado da Libertação.

Para os cristãos, a pascoa tem o significado da comunhão e traz o nome de Santa Ceia. Ela relembra a morte do Messias judeu, Jesus de Nazaré que após morto realiza uma nova aliança no seu próprio sangue. Ele é considerado Rei dos Judeus por linhagem davídica, além de ser também de linhagem sacerdotal por intermédio de sua mãe, Maria. Depois de seu sacrifício torna-se Sumo Sacerdote de uma outra ordem sacerdotal, a ordem de Melquisedeque e através dele, somos enxertados e contados como nação sacerdotal também com os Judeus.

A páscoa e a santa ceia como podemos ver, não tem nada a ver com ovos de chocolate e coelhos, porém, como todas as festas cristãs, foram agregados símbolos pagãos a essas festas para serem assimilados com maior facilidade. A adesão a imagens de escultura de figuras tidas como santos e são padroeiros e representantes de determinados seguimentos sociais ou da natureza como padroeiro dos caminhoneiros, das doenças, dos animais, etc. Essas imagens assemelham aos deuses gregos e aos deuses do panteão africano e afro brasileiro. Não é crítica, só constatação dos fatos.

A lebre e os ovos para povos que aderiram ao cristianismo eram símbolos de fertilidade e como nessa época (março e abril) haviam muitas festas da colheita, a páscoa passa a trazer como símbolo o coelho, porém na verdade são elementos da deusa Ostera, deusa da primavera para povos pagãos.

Portanto, devemos como cristãos comemorar a páscoa, trocar e comer ovos de chocolate para podermos nos socializar no mundo que estamos inseridos, mas nunca esquecer o real significado da Nossa Páscoa, a Comunhão da Igreja de Cristo que espera o retorno do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Jesus!

Graça e Paz e Feliz Páscoa